Eu – uma Millennial – meus problemas com a disciplina e as resoluções

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Por Karen Ogassawara

disciplina
substantivo feminino

1.
obediência às regras, aos superiores, a regulamentos.
“d. militar”

2.
ordem, regulamento, conduta que assegura o bem-estar dos indivíduos ou o bom funcionamento (p.ex., de uma organização).
“é essencial a d. dentro de um hospital”

Se você é da Geração Y ou posterior, ao ler uma definição destas o desânimo toma conta do seu corpo e da sua mente, fazendo-o ignorar o assunto e pular para algo mais estimulante, uma novidade qualquer que desvie seu foco para que se veja livre da famigerada “Dona Disciplina”.

Quando eu penso em uma identidade para a “Dona Disciplina” imagino uma senhora magricela, com cabelos curtos, óculos “fundo de garrafa”, roupas em tons sóbrios e uma expressão de amargura e frustração enquanto passa o sermão para alguém segurando um chicote.

Disciplina é um conceito tão enfadonho que, em geral, aqueles que conseguem incorporar tal prerrogativa tornam-se sádicos. Sim! Eles sentem prazer em ficar balançando aquele chicote, dissertando sobre a importância em seguir regras e obedecer à hierarquia. Isso acontece porque precisam vingar-se do sofrimento causado por esta opressão – que hoje aplicam – quando eram jovens almas criativas e idealistas.

Bem, o fato é que nós crescemos com uma apropriação equivocada do conceito de disciplina, nos disseram que ela era importante, empurraram-na “goela abaixo” e não explicaram o porquê ou como ela afeta nossas vidas em um âmbito particular.

Então vamos esquecer a “Dona Disciplina” e imaginemos uma pessoa descolada e vibrante, contando como alcançou seus objetivos na vida de forma leve e agradável, seguindo um planejamento fluidicamente e dançando com as regras do mundo factual em que vivemos. Vamos chamar este personagem de “Mr. Joy Pleasure”.

De acordo com a filosofia de Joy, estabelecer objetivos e seguir um planejamento, não significa que você já sabe tudo o que vai acontecer em seu percurso, com frequência isso é o que nos desmotiva, porque gostamos de novidade, variedade de viver intensa e plenamente, vibrando com as surpresas da vida. O problema é que existem surpresas boas e outras nem tanto e as surpresas desagradáveis geralmente não são frutos da casualidade, mas consequências de atos impulsivos ou mal planejados.

Planejar não é vivenciar! Planejar é definir um percurso para que você vivencie suas experiências da melhor forma possível em direção aos seus objetivos e para seguir um planejamento, faz-se necessária a autodisciplina. Então não se engane – desistir antes de começar é preguiça, desistir antes de terminar é perder a oportunidade de vivenciar, experimentar, adquirir bagagem. Pois, embora nossa geração ache que já nasceu sabendo tudo, ainda não vivemos nada e se continuarmos a deixar nossa atenção pular de “galho-em-galho”, continuaremos a viver no mundo das ideias e pior: em alguns anos, em vez de termos um chicote balançando em mãos para os mais jovens, seremos velhos frustrados e chorões culpando “a cultura retrógrada e empoeirada” por não termos alcançado o objetivo de conquistar o mundo – sem mover uma palha – pois nosso alto potencial foi sufocado por aquela senhora magricela, com óculos “fundo de garrafa”.

Venho descobrindo que a autodisciplina tem tudo a ver com a independência em todas as suas dimensões: financeira, emocional ou intelectual. Evidentemente, é necessário estar preparado para emancipar-se em todos os sentidos, principalmente no que diz respeito a culpar o sistema pelo próprio insucesso, seja ele o econômico, familiar, organizacional, educacional… whatever! Eu sou responsável pelo caminho que traço em minha vida e ninguém mais. A vida não é um mar de rosas o tempo todo, mas quando você aprende a escalar os espinhos, saberá apreciar o perfume das pétalas de forma inédita.

Sejamos como o Mr. Joy, que não ficou à mercê das circunstâncias, conquistou tudo a que se propôs e ainda se divertiu, apenas com a coragem de viver cada passo, planejado, sem presumir que já sabia como se sentiria em cada experiência!

Karen Ogassawara
Psicóloga, nascida no ano em que o Macintosh foi lançado e as eleições diretas foram rejeitadas no Brasil. Jovem indisciplinada, em processo de resignação por ter entendido que não se tornou cientista da NASA por falta de planejamento / execução e não porque as pessoas se recusaram a reconhecer seus talentos e potencial inerentes.

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