Investimentos em Gente

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Por José Geraldo Recchia

Hoje vamos conversar sobre investimentos realizados pelas empresas em seus talentos, tanto quando falamos da procura e contratação de novos profissionais, quanto da retenção e desenvolvimento das “pratas da casa”!
Muitos consideram os gastos realizados com pessoas como custo e até mesmo despesa, nós entendemos que são investimentos, se bem aplicados. Explico-me: todos os gastos realizados pela empresa são considerados custos, despesas ou investimentos. Dentro da cadeia produtiva/de serviços, “reduzem” a “margem de lucro” sobre o preço de venda dos produtos ou serviços. Quando diretamente ligados ao processo de fabricação são custos que trazem retorno, pois são a base para a formação do preço do produto, o que inclui os gastos com mão de obra/pessoas que produzem tais bens ou serviços. As despesas não estão envolvidas diretamente no processo produtivo, como os gastos com assistência médica, por exemplo, e aqui entram também os gastos com recrutamento, seleção e treinamento. Por fim, os investimentos são os recursos aplicados pela empresa na “aquisição” de bens com o intuito de ampliar sua capacidade produtiva ou mesmo a alocação de recursos no mercado financeiro, sempre com o intuito de obter ganhos sobre o valor aplicado.
Quando falamos em gastos aplicados em gente, seja para contratar novos talentos ou desenvolver habilidades/competências de quem já atua na empresa, entendemos que podem ser considerados investimentos, pois se espera que os novos contratados e/ou aqueles profissionais que adquiriram novas habilidades- fruto de treinamentos- tragam para a empresa retorno sobre esses recursos neles aplicados, gerando mais resultados, inovando ou criando novas soluções para problemas antigos, otimizando assim processos produtivos, entre tantos outros benefícios. Nunca alguém é contratado, promovido ou treinado com fins distintos dos aqui descritos.
Todavia, na prática, nem sempre a empresa obtém os resultados almejados, seja pela escolha errada da pessoa que foi contratada ou promovida, seja pela aplicação de recursos em treinamento também em quem não tem as melhores condições de compreender e transformar o conhecimento aprendido em habilidade que gere retorno direto no trabalho diário! Como fazer a escolha certa? Como não transformar esses “investimentos” em meras despesas que não se traduzam em melhorias na cadeia produtiva? Vão aqui algumas dicas:
– Lembre-se que os gastos envolvidos na contratação de um novo colaborador não se restringem aos custos da captação desse profissional no mercado (com anúncios, utilização de empresas especializadas na busca como Head Hunters, etc.), mas também no tempo de integração, treinamento do mesmo e no tempo de quem na empresa o apoiará nesse percurso. Tais cifras podem chegar a 2, 3 vezes ou mais a remuneração do novo contratado! Considerando isto, é muito importante ter um processo seletivo estruturado, que inclua entrevistas e aplicação de provas práticas sobre conhecimentos técnicos, bem como uma avaliação de potencial que permitam, no conjunto, prever com alto índice de acerto o desempenho futuro dos candidatos em análise. Quando se tratar de promoção interna, vale ainda a utilização de uma ferramenta de avaliação do desempenho no último ano daqueles profissionais considerados para a promoção.
– No que tange aos gastos com treinamento e desenvolvimento, vale classificá-los inicialmente em treinamento técnico (como operar um equipamento, utilização de aplicativos tipo Excel, Corel, CAD, etc.) e comportamental (como o desenvolvimento de habilidades de liderança, trabalho em equipe, gestão do tempo, etc.). Os recursos envolvidos podem ser altíssimos, dependendo do conhecimento a ser adquirido, e podem demandar muito tempo dos colaboradores, que além de tudo em muitos casos serão treinados durante o horário no qual poderiam estar “produzindo”. Portanto, se mal aplicados, tais “investimentos” certamente serão lançados pela contabilidade empresarial como “perdas” ou “despesas” que não trouxeram nenhum retorno! Assim sendo, novamente cabe uma avaliação minuciosa do potencial dos que serão beneficiados com tais treinamentos, para identificar o quanto os mesmos podem adequar-se aos cargos que ocupam ou irão ocupar, quais são seus motivadores e pontos fortes e o quanto estes profissionais têm a ver com as habilidades requeridas para o bom desempenho daquelas funções e, principalmente, se as áreas em que os mesmos precisam se desenvolver ou nas quais precisam ser treinados, são de fato passíveis de melhoria no formato proposto. Isto porque nós, da Caliper, acreditamos que há determinadas características que não são passíveis de aprimoramento em sala de aula ou mesmo que não haverá engajamento do treinando no processo de desenvolvimento se aquelas habilidades requeridas não compuserem seus motivadores. Nesses casos não só os treinamentos comportamentais, como também os técnicos, serão um desperdício de recursos!
– Por fim, vale ressaltar que, em termos de gestão de talentos, a visão deve ser global, isto é, de nada adianta realizar investimentos na captação e formação de profissionais se não houver a preocupação com a retenção de tais talentos! Um ambiente organizacional saudável, a oferta de oportunidades de crescimento/evolução na carreira, uma equipe de líderes que inspire e esteja sintonizada com as necessidades de suas equipes e sempre aberta a ouvir seus liderados, dentre tantos outros fatores, são essenciais para garantir que os talentos lapidados e que brilham na sua organização não sejam facilmente “seduzidos” por outras empresas.
Contratar, desenvolver e reter talentos é uma arte e deve ser foco de todos os gestores e empresas, sob pena de transformarem investimentos em despesas e ver suas margens de lucro se “evaporarem”!
José Geraldo Recchia é Diretor Presidente da Caliper Brasil.
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Notas:
Custos são gastos que a entidade realiza com o objetivo de por o seu produto pronto para ser comercializado, fabricando-o ou apenas revendendo-o, ou o de cumprir com o seu serviço contratado. Uma diferença básica para a despesa é que “custo” traz um retorno financeiro e pertence à atividade-fim, pela qual a entidade foi criada (determinada no seu Contrato Social, na cláusula Do Objeto). Já despesa é um gasto com a atividade-meio e não gera retorno financeiro, apenas propicia um certo “conforto” ou funcionalidade ao ambiente empresarial.
A razão para se classificar os gastos correntes de uma entidade em despesas e custos é que o primeiro vai direto para o resultado do período. Já custos irá formar um estoque (na produção de um bem) e, na sua realização (venda), serão finalmente levados ao resultado, o que poderá levar meses ou até anos.
Custos industriais geralmente são: matéria prima, energia consumida (eletricidade e/ou combustíveis), água consumida, materiais industriais diversos, mão de obra, depreciação dos itens imobilizados de produção, entre outros.
Em economia, investimento significa a aplicação de capital em meios de produção, visando ao aumento da capacidade produtiva (instalações, máquinas, transporte, infraestrutura), ou seja, em bens de capital. O investimento produtivo se realiza quando a taxa de lucro sobre o capital supera ou é pelo menos igual à taxa de juros ou que os lucros sejam maiores ou iguais ao capital investido.
investimento bruto corresponde a todos os gastos realizados com bens de capital (máquinas e equipamentos) e formação de estoques.
investimento líquido exclui as despesas com manutenção e reposição de peças, depreciação de equipamentos e instalações. Como está diretamente ligado à compra de bens de capital e, portanto, à ampliação da capacidade produtiva, o investimento líquido mede com mais precisão o crescimento da economia.
Investimento” também pode referir-se à compra de ativos financeiros (ações, letras de câmbio e outros papéis).
Fonte: Wikipedia

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